Da presença romana à herança muçulmana, da reconquista cristã à epopeia dos Descobrimentos portugueses, não faltam motivos no Algarve para redescobrir sinais de um passado histórico marcante.
A influência árabe durante cinco séculos marcaram para sempre a região, a começar pelo próprio nome: Al-Gharb, O Ocidente. Esta presença, que se prolongou do séc. VIII ao séc. XIII, ainda hoje se encontra nos nomes de povoações, na agricultura, na arquitectura dos monumentos, nos rendilhados dos terraços e chaminés ou no branco da cal que teima em cobrir o casario de muitas localidades algarvias. Silves assume então a centralidade da região, fruto de uma estratégica localização geográfica.
As terras algarvias são as últimas de Portugal a serem conquistadas ao domínio muçulmano, em meados do séc. XIII. Após longos avanços e recuos, a reconquista cristã tem a preciosa colaboração dos Cavaleiros da Ordem de Santiago, liderados por D. Paio Peres Correia, para no reinado de D. Afonso III pôr cobro à presença árabe no Algarve e unir a região ao reino de Portugal, fundava-se assim o Reino de Portugal e dos Algarves.
No início do séc. XV, o início da expansão marítima portuguesa dá novo vigor às terras e gentes algarvias. Lagos e Sagres ficam para sempre ligadas ao Infante D. Henrique e aos Descobrimentos. Ainda hoje, na Ponta de Sagres, um gigantesco dedo de pedra aponta para o oceano Atlântico numa clara alusão à coragem dos navegadores algarvios, como Gil Eanes, que se faziam ao mar à procura de novos mundos para dar ao mundo.